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História 1987 - ...

Introdução - o inicio (Outubro de 1987)

No início, no Outono de 1987, era apenas (mais) uma equipa de liceu.

Zé Manel, João, Pedro, Jorge, Tózé, Mário e Luís, todos estudantes do 12º ano, no liceu Carolina Michaelis do Porto, frequentavam as aulas à noite e tinham uma grande parte dos dias livres. Como o futebol era o seu desporto preferido passavam muito desses dias no campo da escola, com uma bola nos pés.

Os diversos elementos distribuiam-se perfeitamente pelas diferentes posições no terreno. Mesmo o Luís que preferia jogar à frente percebeu que só como guarda-redes teria oportunidade de jogar na equipa.Como defesas de raiz tínhamos o Zé Manel e o Mário, os polivalentes eram o João, o Pedro e o Jorge, o avançado puro o Tózé.

Os resultados foram muito bons logo desde os primeiros jogos. Embora não fosse constituído por alunos da mesma turma o grupo entendeu-se extremamente bem, dentro e fora do campo, fugindo às discussões habituais noutras equipas.

O estilo de jogo da equipa foi desde muito cedo caracterizado pelos passes curtos e pelas tabelas constantes que confundiam os adversários e davam grande prazer aos seus próprios executantes.

 

1. A 1ª época (1987/88)

Nesse ano lectivo de 1987/1988, jogamos dezenas de jogos. Durante a semana, à tarde, e aos sábados, de manhã, no campo de terra da escola (um terreno cheio de pedras, que deixavam marcas...). Aos domingos, no parque da cidade. Outras vezes alugamos o ringue dum clube o NunÁlvares, situado na zona da Arca dÁgua (curiosamente foi nesta zona do Porto que, por volta de 1890, se deram os primeiros pontapés na bola na cidade invicta...) Jogavamos também em pavilhões - Infante de Sagres, Colégio dos Carvalhos, entre outros - contra equipas que iam aparecendo, através de contactos dos diferentes membros da equipa - o Banco de Portugal, a selecção da Faculdade de Engenharia, etc.

Especialmente apreciada  foi a deslocação à Escola de Penafiel (onde o Luís fora aluno), para jogar contra uma grande equipa, constituída por juniores do Penafiel e do Marco. Conseguimos um miraculoso e abnegado empate a dois golos. Também um empate (3-3) foi alcançado numa escola de Gondomar, em encontro visto por dezenas de alunos aglomerados à volta do campo. Refira-se que poucas vezes perdemos neste ano, muito graças ao excelente entendimento patenteado pela equipa e ao espírito de luta e ao bom futebol que practicávamos. Na escola, tínhamos já um conjunto de equipas rivais, contra as quais disputávamos encontros muito renhidos e animados, muitas vezes no limite do empenho físico e da dureza.

Fora do campo, a festa continuava. Na casa do Jorge, na Rua do Bonjardim, as reuniões (entre as quais se conta a 1ª Assembleia Geral do clube) acabavam muitas vezes em bebedeira geral - cerveja com bagaço!- e às vezes havia que ir depois para as aulas, que começavam às 18.30. Também míticas se tornaram as incursões à cervejaria Cristal, famosa pelos seus lanches aquecidos com molho de francesinha, sempre bem regadas por várias canecas de cerveja.

Foi um grande ano, este primeiro do PORTUS 87, então denominados Adalbertos, em referência aos equipamentos (calção preto, camisola branca) que o Tózé desde logo o nosso presidente informal conseguiu na fábrica têxtil Adalbertos Estampados. Este era o nome estampado na frente das camisolas, mas o que mais nos atraia eram os números nas costas. A respectiva distribuição foi também pacífica:

1- Luís

2- Mário

3- Jorge

4- João

5- Zé Manel

6- Pedro

7- Tózé

Imagine-se a enorme a emoção de jogarmos todos de igual pela primeira vez. Curiosamente, para os que ficaram até hoje na equipa a numeração manteve-se inalterável. Hoje já não usamos os equipamentos, embora haja quem mantenha a camisola ou os calções no armário.

 

2. A 2ª época (1988/1989)

Após as férias escolares de 1988, a equipa continuou os seus jogos e a sua actividade social. Algumas coisas tinham mudado, entretanto: o Tózé, o Mário e o Pedro tinham entrado para a Universidade, os restantes elementos possuíam também as suas ocupações, ou seja, deixara de existir o espaço de encontro original o liceu. Mas a vontade de jogarmos juntos era muita ainda. Apesar de já não sermos alunos, ainda disputamos bastantes jogos no liceu. Detínhamos aí um óptimo cartel e não faltavam equipas a querer defrontar-nos.

O Parque da Cidade era agora o nosso principal campo, juntamente com o ringue do NunÁlvares. Fizemos bastantes jogos, muito equilibrados por sinal, com a equipa de um amigos do Tózé, o Zé Miguel, dos Carvalhos. Curiosamente, um dos elementos o Gregório - deste valoroso adversário viria mais tarde a fazer parte do PORTUS 87. Continuamos a vencer a maior parte dos jogos que fazíamos e a evolução da equipa era constante.

Nesta altura, o Luís, por questões pessoais, deixou de jogar connosco. Não se deu bem com um certo afastamento entre as pessoas que o fim do liceu inevitavelmente provocou. Utilizamos nesta temporada vários guarda-redes, que por um motivo ou outro não se fixaram na equipa. Outras vezes tínhamos que nos revezar na baliza, sendo que os únicos que demonstravam atributos razoáveis para o posto eram o Zé Manel e o João.

 

3. A travessia do (quase) deserto (1990-1996)

Claro que o tempo e as circunstâncias próprias da fase de vida que todos atravessávamos acabaram por fazer alguns estragos na unidade da equipa e na regularidade dos jogos e encontros. Sem deixarmos de gostar muito de jogar e de estar uns com os outros, a partir do final de 1989 os cursos (especialmente as idas do João para Coimbra, e depois Manchester, e do do Tozé para Madrid), os empregos,a tropa, conduziram a que se fosse limitando o número de partidas disputadas e o contacto entre nós. Ainda assim sempre houve o esforço de mater o contacto, com umas peladinhas no Parque da Cidade e esporádicos encontros contra equipas organizadas. Mas quando estávamos juntos parecia não se perder a magia do jogo e da amizade. NUNCA.

Neste longo período continuamos a recorrer a diferentes guarda redes, embora a maior parte das vezes tivéssemos que improvisar entre nós, para desespero de alguns membros da equipa, tão desastrados quanto contrariados no desempenho da missão... 

 

4. O Regresso (1996)

Com uma maior estabilização na vida de cada elemento da equipa terminados os cursos e concluídas outras aventuras - foi então possível o regresso em força, que aliás se anunciava desde há algum tempo antes, dado que voltámos a jogar com mais regularidade em 1995. Nomeadamente em alguns liceus do Porto, como o Filipa de Vilhena ou o António Nobre, onde entrávamos clandestinamente aos fins de semana. O Parque da Cidade continuava então a ser o principal campo de treinos.

Dois jogos com uma equipa de amigos de Coimbra do João, os White Collars (entretanto rebaptizados UNDER-41 e com quem o PORTUS 87 mantêm uma saudável e bonita rivalidade), na Primavera/Verão de 1996 marcaram o regresso real da equipa às grandes lides, às boas vitórias - vencemos em casa (6-3) e fora (9-3)- e aos encontros regulares.Ainda um pouco ferrugentos no entendimento mas cheios de vontade e com a força e habilidade de sempre. Nesta fase, já apenas esporadicamente contávamos com a companhia do Pedro e dos seus extraordinários remates secos. Com muita pena nossa, claro, mas a amizade, essa, ficou sempre.

A partir de Outubro de 1996 começaram os jogos regulares todas as segundas feiras, em S. Paio de Oleiros com a equipa de um colega de trabalho do Zé Manel. Perdemos uma parte destes jogos, mas os encontros era disputados ao rubro, ao centímetro, com muita dureza, emoção e alguma picardia. Uma das vezes que ganhamos o resultado foi...1-0. Por aqui se percebe o tipo de jogos em questão. Claro que as coisas acaram por se estragar, por via de desentendimentos diversos que conduziram ao fim destes desafios, exactamente quando a nossa capacidade de resposta aumentava, dado que o adversário não soube aceitar uma competitividade crescente da nossa parte. Mesmo sem termos guarda-redes fixo, conseguimos excelentes prestações nestes jogos. Estes encontros foram igualmente importantes porque, além de nos fazerem evoluir muito em termos de competitividade, devolveram o cunho de grande regularidade aos jogos da equipa.

 

5. Um ano marcante (1997)

Foi no início de 1997 que a equipa conheceu um dos pontos mais altos da sua existência: um jogo de futebol de onze contra os adeptos ingleses do Man.United, de visita ao Porto para o encontro com o FCP para a Liga dos Campeões. Essa é uma história feliz. Porque vencemos 4-3, salvando um pouco a honra do convento (o FC Porto perdera em Manchester por 4-0) pelo menos entre nós e perante os adeptos do Man United que jogaram ou estiveram presentes; porque jogamos num relvado (do Parque da Cidade, claro); porque aparecemos na TV e nos jornais (cá e em Inglaterra); porque estreamos equipamentos novos, azuis e pretos, e finalmente porque foi uma festa fantástica de  confraternização com os ingleses. Numa palavra, foi histórico.

O PORTUS 87 serviu de base ao onze português, a que se juntaram quatro elementos de uma equipa que havíamos defrontado pouco antes num jogo de futsal, através de um contacto do Mário.

Nesse fim de tarde de uma terça-feira de Março, a equipa portuguesa alinhou com: Orlando(1); Paulo Pinto(15), Zé Manel(5), Paulão (3), Mário(2);João Nuno (4); Pedro(6), Jorge(8), Manel (10); Manel Almeida(9),TóZé(7), RuiPedro(11).Nuno Coelho (treinador)

O jogo foi emocionante, rijamente disputado, com os ingleses a adiantarem-se no marcador. Um golo do Manel fez o empate, para já na segunda parte tormarmos conta da partida chegando ao 3-1, com golos de Manuel Almeida (primo do Tózé) e do Tozé. Depois, foi a vez dos ingleses dominarem e conseguirem o empate. Para o finalzinho da partida estava reservado o melhor: o golo do Manel que deu uma saborosa vitória lusa. Tudo sob a arbitragem (no mínimo, irregular) de um juiz da Associação de Futebol do Porto, equipado a rigpor e auxiliado por linhas também federados.

Registe-se também a presença na equipa do Pedro, que há muito não jogava connosco. Mas este jogo memorável serviu também para aproximar da equipa um novo guarda-redes: o Orlando, que, com os seus joviais 46 anos e uma boa disposição contagiante, desde logo se assumiu como um fantástico keeper e amigo. O mesmo aconteceu um pouco mais tarde relativamente ao Manel - amigo do Orlando -, um excelente finalizador. Com estes dois valiosos elementos na equipa conseguimos pouco depois nova vitória num jogo de 11 disputado no CDUP, também por 4-3.

A partir de Outubro de 1997, já com o Orlando definitivamente integrado no conjunto, iniciámos novo período de jogos regulares semanais, no pavilhão da C+S de S. Mamede Infesta, que se tornaria numa espécie de casa para nós. Todas as terças-feiras, à noite, jogávamos contra a mesma equipa. Não davam muita luta (nessa temporada 97/98 ganhámos 37 dos 44 jogos disputados, averbando 4 derrotas apenas...), mas permitiam estarmos sempre em actividade e criar o verdadeiro espírito do PORTUS 87.

Iniciaram-se com estes encontros as famosas idas ao café apos os jogos, que tendo lugar às onze da noite, levam a festa com cerveja, amendoins e outras comidas, para horas bastante tardias. Mas quem se importa com isso ?

 

6. Tempos de renovação e transição (1998/99)

Em Setembro de 1998, depois de toda uma temporada a jogar sempre à terça-feira (o dia da semana mais aguardado por todos nós...), com alguns treinos no Parque da Cidade para complementar - já com o Orlando completamente ambientado à equipa e a fazer exibições fenomenais e não menos fabulosas contribuições para o espírito de grupo deu-se a ruptura com os nossos adversários habituais, em resultado da mistura de tédio e falta de capacidade de aceitar as derrotas constantes e muitas vezes humilhantes por parte de alguns dos elementos da uquipa contrária.

Ainda antes disso, no final da época anterior tiveramos que digerir o afastamento forçado do Tozé , a contas com uma pubalgia. Foi nessa altura que convidamos o Manel Maganete, tão bom jogador quanto excelente parceiro das borgas. Também ele se adaptou muito bem à equipa demonstrando ser um goleador temível, graças ao seu pontapé fulminante. Um novo número 6, depois de a camisola passar vários anos sem ter dono...

Com a falta de oponentes regulares, houve então que saber gerir a crise de adversários. Mas também isso se fez com tranquilidade, embora tivéssemos que jogar muitas vezes entre nós. Na maior parte dos casos, os jogos tornaram-se muito mais emotivos, dado equilíbrio registado. Surgiu entretanto uma equipa que passamos a defrontar com bastante regularidade a equipa do Hugo e do Rui, amigos do Tózé e do Mário - sendo que mantivemos também a disputa com a equipa de Coimbra, White Collars (nesta temporada registou-se uma vitória para cada lado, 7-5 no Porto e 2-4 em Coimbra).

A necessidade de, muitas vezes, jogarmos entre nós à terça-feira obrigou ainda a encontrar elementos para completar as duas equipas. Foi assim que se juntaram ao grupo dois excelentes companheiros e atletas, o David (actual nº 9), primeiro, e o já citado Gregório (nº8), depois. Em ambos os casos, a inclusão foi lenta e progressiva, feita de forma tranquila e gradual, porque para nós sempre contou tanto a qualidade futebolística como o carácter dos novos membros. Ter a capacidade de entrar no esíriuto tão especial do PORTUS 87 É CONDIÇÃO FUNDAMENTAL  para fazer parte do clube. E claro ter um coração AZUL E BRANCO!!!

A vida é mesmo assim, e apesar da manutenção do núcleo duro da equipa, houve também quem se afastasse da equipa. Um dos fundadores, o Jorge, passou à condição de velha glória, por estes tempos. Uma opção relacionada com o casamento, com uma nova fase da sua vida, enfim com as suas prioridades. Uma decisão que todos respeitamos, continuando a tê-lo como grande amigo, mas que, obviamente, muito lamentamos, dado tratar-se de um de nós, e logo dos melhores!

Durante 1999 e inícios de 2000 a equipa foi crescendo de forma - apesar de uma outra substituição, a do lesionado Orlando pelo Helder(amigo do Orlando, que com apenas 21 anos mostrou ser um fantástico guarda-redes, companheiro e...portista, claro. Foi com muita pena que recebemos a notícia da lesão nas costas do nosso querido  hippie, mas ele havia de voltar!

Entretanto, o muito saudado regresso à actividade do TóZé fortaleceu muito o ataque  e a equipa em geral. Tudo isso bem provado pelo facto de somente contarmos com duas derrotas entre Junho de 1998 e Dezembro de 1999.

 

7. As primeiras experiências em torneios (Primavera-Verão 2000)

Para além dos torneio de liceu, nos longínquos anos 80, o PORTUS 87 passou uma grande parte da sua existência sem participar em competições organizadas. Por opção, já que sempre demos prioridade aos jogos particulares, à confraternização e à amizade, e também por uma certa acomodação. No entanto, sempre tivemos alguma curiosidade e desejo de experimentar jogar num outro registo e muitas vezes falamos em participar num torneio. Para experimentar...

A montanha veio a Moamé quando soubemos que se organizava regularmente um torneio inter-firmas, de fim-de-semana, exactamente no pavilhão da C+S de S. Mamede, a nossa casa desde 1997. Feitas as demarches necessárias, o que incluiu arranjar um patrocínio a SEGUROPA, corretora de seguros, empresa da mãe da namorada do João...- oficializamos então a nossa primeira participação competitiva.

Infelizmente, poucas semanas antes do início da prova um acontecimento abalou toda a equipa: a grave lesão do Tózé, quando jogávamos um inocente jogo 3x3 na praia de Matosinhos, em finais de Janeiro de 2000.  Ruptura de ligamentos cruzados! Ninguém queria acreditar. A equipa tremeu, por esta altura. Um de nós, o Zé Manel, já passara por aquela dolorosa experiência, mas tal acontecera no início dos anos 90, numa fase em que o contacto entre nós era menor. Antes de assumir a necessidade de se submeter a uma operação, o Tozé ainda tentou jogar futebol várias vezes, algumas delas durante o referido torneio, tendo percebido que era impossível fazê-lo ao nível anterior, de empenhamento e capacidade.

No Torneio Inter-Firmas Primavera 2000 conseguimos um honroso 4º lugar final. Nada mal para principiantes! Efectuamos 11 encontros, vencendo 7, empatando 1 e perdendo 3. Marcámos 48 golos e sofremos 25. A equipa, actuando sob a designação SEGUROPA,  utilizou preferencialmente: Helder; Mário, João, Zé Manel, Gregório, Manel. Jogaram ainda: Tózé, Nuno Póvoa, Albino, Sebas, David e Jorge Pópulo.

O Manel foi o nosso melhor marcador com 22 golos. Destaque ainda para o facto de o Helder, o nosso guarda-redes, ter sido considerado o melhor jogador do torneio. Uma distinção merecida e muito honrosa.

Depois desta experiência, ficou a vontade de repetir, para melhorar. A oportunidade surgiu quase imediatamente a seguir, com a participação num sui generis torneio de futebol de 5 em relva, na aldeia de Andreu (perto de Viana do Castelo), onde o Mário tem uma casa de férias. Um tio do Mário, dono de uma empresa denominada SANIPROF, patrocinou a equipa e lá fomos nós para o campo... 

A prova, disputada em Julho e Agosto, não correu da melhor maneira para nós. Primeiro, a equipa continuava a ser acossada por diversas lesões: ao Tozé, que seria operado em Agosto, juntou-se o João, com uma fractura na mão esquerda, e o Helder, com uma luxação no ombro. A estes azares há que acrescentar uma série de factores ligados ao próprio torneio: um campo de relva, que era na verdade de terra dura e erva, demasiado pequeno para se utilizarem bolas de futebol de onze quase a explodirem! Além disso, a equipa foi objecto de uma espécie de complexo de rejeição por parte das equipas e dos espectadores locais, que nos tratavam de forma agressiva. Isto de ser do Porto tem custos...

O processo de adaptação a estas condições negativas foi difícil e prolongado, levando a que apenas nos últimos jogos da primeira fase conseguíssemos atingir o nosso nível habitual. Infelizmente deixamos de poder contar com um guarda-redes de confiança, o Helder, e tornou-se impossível o apuramento para a 2ª fase. Mas ficaram pelo menos os dois ou três bons encontros que realizamos, a atitude sempre lutadora e o espírito forte e aguerrido que muitas vezes calou a agressividade dominante contra nós. Mais uma vez ficou provado que medo é coisa que o PORTUS 87 não conhece. E, claro, ficaram os banhos na piscina da fantástica casa do Mário, onde fomos sempre muito bem recebidos pela sua família.

 

8. A Taça é nossa! (Outono de 2000)

Devido à participação no torneio de verão referido quase não houve defeso nesta época, com os treinos a continuarem em Setembro para prepararmos a nossa segunda actuação no Torneio Inter-Firmas, agora denominado ALVO DESPORTIVO (o famoso programa desportivo da Rádio Renascença, que apoia o evento). Entretanto, enquanto o Tozé prosseguia a sua corajosa caminhada para a recuperação, tivemos a grande alegria do (bem escondido até ao fim...) regresso do Orlando  à nossa baliza. Voltou na hora certa porque, além de fazer falta como grande guarda-redes e grande companheiro, a lesão do Helder estava a compremeter o equílibrio da equipa. Registe-se a enorme coragem do Orlando em voltar aos terrenos de jogo, dado o seu problemas nas costas, mas com este homem tudo é possível!

Desta vez, reunidas as condições necessárias, concretizamos o sonho de ganhar um torneio. Depois de vencermos o nosso grupo de qualificação com três vitórias em outros tantos jogos, fizemos uma segunda fase discreta que nos permitiu chegar às meias-finais, e ainda para mais com o estatuto de outsiders. Nada melhor para as nossas aspirações, já que nesta ronda batemos a MYPA por 6-1, depois de na segunda fase esta equipa nos ter batido por 3-0.

A final, disputada contra a poderosa GARAGEM SOLMAR, assumiu contornos de verdadeiro dramatismo, com constantes mudanças no marcador. Começamos por liderar (3-1), permitimos que recuperassem até 3-3, perto do fim adiantamo-nos mais uma vez (4-3) mas consentimos um golo tardio (em cima do apito final). A equipa vacilou perante tanto azar. Voltamos a acreditar no prolongamento, ao fazermos o 5-4, mas de novo o adversário respondeu a contento, restabelecendo o empate. Desta forma, foi necessário recorrer ao desempate através de pontapés da marca da grande penalidade. Aí fomos mais fortes e concretizamos todos os remates (3) contra apenas 2 da GARAGEM.

Foi uma verdadeira explosão de alegria entre todos nós, com o nosso capitão João a receber a taça que tanto nos custou a ganhar. Um verdadeiro sofrimento, mas que valeu a pena. A noite que se seguiu, bem como muitas outras, foram de festa em várias tascas.

No jogo da final actuaram os jogadores que estiveram presentes em quase todos os encontros do torneio: Orlando; Mário, João, Zé Manel, Gregório, Manel e David. Os golos foram obtidos por Manel (3), João (1) e Gregório (1). Os valentes marcadores dos penalties decisivos foram o Gregório, o Mário e o Manel, exactamente por esta ordem. Imagine-se a frieza que o Manel teve que demonstrar no momento da verdade. Mas não foi por acaso que ele voltara a ser o nosso melhor marcador neste torneio com 15 golos obtidos. 

 

9. Seis meses muito agitados (1º semestre de 2001)

Depois de mais este momento glorioso na vida do PORTUS 87 uma alegria ainda maior estava-nos reservada para o início de 2001: o regresso à actividade do Tózé, após tantos meses de ausência e de sacríficio da sua parte para voltar a jogar. Os adversários dos encontros da terça feira iam-se diversificando, ao mesmo tempo que aumentava a sua qualidade e nível.

Após o regresso do Tózé, realizamos um interessente torneio-relâmpago em Coimbra á imagem do que sucedera meses antes em Condeixa. Na cidade dos estudantes vencemos, superando os já nosso conhecidos UNDER-41 (de Coimbra) e a equipa de Condeixa, desforrando-nos assim do segundo lugar para que fôramos relegados na primeira edição da prova pelos UNDER-41.Nesta segunda edição, voltaram a participar as mesmas três equipas e desta feita foi a nossa vez de vencermos graças a um golo no último minuto. Mas de realçar foi mesmo o excelente ambiente de amizade e confraternização que sempre rodeiam estes encontros com os nossos amigos de Coimbra e de Condeixa. Assim vale mesma a pena, além de que os jogos são sempre muito bem disputados, com as terceiras partes (à mesa...) a desempenharem papel importantíssimo!

Entretanto, desde o ano anterior que realizávamos com regularidade jogos à quinta-feira na escola do Cerco do Porto, respondendo ao convite de um amigo do João.

A parceria Tozé-Manel no ataque da equipa fora restabelecida e produzia efeitos excelentes, compensando as lesões constantes do Gregório, a contas com os seus problemas de entorses nos pés. Cada um com as suas cruzes...

No entanto, parecia estar escrito que a convivência do Manel e do Tózé na equipa não está fadada para se prolongar: antes do Verão, o Manel sofreu grave lesão no joelho (semelhante à do Tozé, curiosamente) e viu-se afastado do nosso convívio regular. A equipa ressentiu-se, de tal forma estava acostumada aos seus golos constantes, e ainda para mais tornaram-se muito habituais pequenas lesões em todos os elementos, impedindo que a equipa atingisse maior entrosamento.

Foi nesta situação que enfrentamos um novo torneio, o Amigos de Santana, no qual terminamos em 4º lugar, depois de uma meia-final emocionante e extremamente bem jogada frente à VIRTUAL. Tão renhido foi o encontro que terminou com o resultado de 1-0, tendo o golo que nos custou o afastamento da final sido apontado a dois minutos de se completar o tempo regulamentar. Custou a engolir mas, da mesma maneira como temos em orgulho em saber ganhar, também sabemos perder...

 

10. Uma viagem alucinante (Madrid, Setembro de 2001)

Chegado o defeso, havia que preparar novo marco na vida do clube a ida a Madrid para disputar dois encontros com equipas que o nosso presidente contactou através da internet. A viagem estava integrada nas comemorações da despedida de solteiro do Zé Manel, mas teve que ser desintegrada porque não a boda foi adiada. Mas nós fomos na mesma para terras castelhanas.

Os dias 7, 8 e 9 de Setembro são inesquecíveis para todos os elementos do PORTUS 87 que se deslocaram à capital espanhola: Orlando, João, Zé, Tó, Gregório, a que se juntou um elemento convidado, o Paulo Peixoto, do UNDER-41,  de Coimbra. O Paulo, apesar de ser um benfiquista doente (e esperamos que fique assim por muito tempo), demonstrou ser uma excelente aquisição social nesta digressão, assim como confirmou os seus méritos futebolísticos.

Realizamos dois encontros: primeiro com uma equipa do ARAPA que nos derrotou (3-5), tirando partida do piso extremamente escorregadio do ringue de hoquei em patins onde nos puseram a jogar. Sentimos a injustiça do sucedido, e talvez por isso reagimos de foram excelente e realizamos exibição de luxo perante o adversário seguinte, o Daganzo, campeão da Liga local de Torrejon de Ardoz, nos arredores de Madrid. Tratou-se de uma partida de grande nível, disputada num recinto mítico do futsal espanhol (foram lá disputadas várias Ligas dos Campeões de Futsal), com condições fabulosas para esta prática desportiva.

Foi, na realidade, sensacional o jogo que fizemos contra esta equipa muito bem organizada. Boníssimos nos chamaram uns miúdos que assistiam ao encontro, e com razão, tal o empenhamento e a inspiração demonstradas.

O resultado final acabou por subir aos 8-1, já que tudo parecia sair perfeito, em cada jogada, em cada passe, em cada finta. Pobres espanhois, que tão bem nos receberam e foram esmagados daquela forma. Assinalável por isso a sua reacção desportiva correctíssima, oferecendo depois do jogo uma festa em nossa homenagem, com as famílias dos jogadores presentes, não permitindo que pagássemos uma cerveja que fosse ( e foram muitissimas...) e tratando-nos como reis. Foi muito bonito e tocante, apenas aumentando a nossa euforia a propósito de tão belo momento.  

 Claro que a noite continuou depois nas ruas de Madrid, apesar do cansaço provocado por dois encontros no mesmo dia, com mais copos, piadas, muita dança (no Big Bambooo, bar de música reggae vivamente aconselhado por el president Tozé, um verdadeiro especialista de Madrid, que comandou as operações a grande nível). Uma festa inesquecível que ficaria ainda marcada pelas excelentes tapas espanholas (as setas cogumelos ficaram com prato oficial) bem regadas com muitas cañas (cerveja à pressão).

 

11. Choques e Regressos (Época 2001/2002)

Após a grande farra madrilena regressamos aos nossos encontros semanais da terça-feira, com um painel reforçado de excelentes oponentes. A equipa dos nossos dois putos (os juvenis Sebas Mota e Albino Moutinho) começou finalmente a dar luta (depois de durante muito tempo se limitar a ser goleada), o mesmo acontecendo com diversos outros adversários tornando a maior parte das partidas muito disputadas: ENERGEST, as equipas do Tiago Assis, a equipa do Hugo e do Rui, etc.

Um verdadeiro choque nos esperava entretanto: nova lesão do Tózé, definitivamente o vencedor do prémio o maior azarado da equipa. Desta vez, uma ruptura do menisco que o voltou a afastar dos recintos de jogo. Mas como o Tó não esmorece por nada deste mundo, rapidamente se sujeitou a nova operação (aí vão duas e fica por aqui!) e inicou nova recuperação. Este é o espírito PORTUS 87!

Assim vivemos os últimos meses de 2001 e os primeiros dias de 2002. O novo ano trouxe-nos boas novas, com os regressos do Tózé, em finais de Janeiro, e do Hélder, também ele recuperado de uma intervenção cirúrgica (ao ombro), pouco depois. O plantel voltava a compôr-se, permitindo diversificar as opções de jogo, até porque o helder passou a jogar à frente, com excelentes resultados.

Não foram apenas os regressos de jogadores a marcar o começo de 2002. Em Fevereiro tivemos um outro regresso: a Madrid. Nada mais nada menos que para ir ver o nosso FC Porto ao Santiago Bernabeú, em jogo a contar para a Liga dos Campeões. Não contávamos voltar ao local do crime tão cedo, mas as excelentes recordações de Setembro não haviam saído da memória de ninguém e havia que repetir a aventura.

Desta vez, tivemos a companhia dos juvenis Sebas e Bino, assim como do Manel, ainda em fase atrasada de recuperação. Faltou foi o Paulo, impossibilitado de nos acompanhar devido a afazeres profissionais.

Este regresso constitui novo sucesso assinalável. Desforrámo-nos da ARAPA, embora jogando contra uma outra equipa deste clube, vencendo por 7-0. Arrumada estava esta questão que nos ficara entalada na garganta! Após esta partida, arrancamos como loucos para realizar um segundo encontro, frente aos nossos amigos do Daganzo. Tínhamos meia-hora entre os dois encontros, sendo que havia que percorrer quase 40 Km sem conhecermos a estrada. Verdadeiramente alucinante e apenas ao alcance de heróis...

Chegamos ao local da segunda partida afogueados, já (ou melhor, ainda) equipados, e atrasados. Mas cheios de vontade de jogar e ganhar. Não conseguimos concretizar este segundo desejo, mas tratou-se de uma meia hora de futebol de altíssima qualidade, com o golo que evitou a nossa derrota a ser obtido já depois do tempo regulamentar se ter escoado (2-2). Claro que após o jogo houve mais uma vez festa, confirmando-se a excelência humana dos nossos amigos daganzos, que mais uma vez nos receberam muito bem.

O bar oficial do PORTUS 87  em Madrid, o Big Bamboo, foi depois palco de outras festividades, marcadas pelo Sex on the beach, cocktail de efeitos delirantes que conduziu a comportamentos de risco diversos, tais como mergulhos em mesinhas de cabeceira. Mas isso é outra história, pertencente aos arquivos secretos do PORTUS 87!!!!

Menos delirante foi o que nos esperou no Real-FCPorto, já que desfrutando de algumas boas oportunidades o nosso Porto acabou por perder (1-0) com um golo a oito minutos do fim. Valeu no entanto a presença num estádio imponente e belo como o Santiago Bernabéu e a experiência de ver o FCP a jogar no estrangeiro. E mais do que tudo fazê-lo todos juntos. Como sempre!

 

CONTINUAÇÃO EM "HISTÓRIA RECENTE"